Portal de Notícias sobre o
Setor Elétrico

Veja aqui as informações e notícias mais recentes sobre o setor elétrico. A curadoria do conteúdo é feita por nossos especialistas, considerando a importância do tema para o mercado.

AULÃO VOLTS - MP1304: A nova república da energia

12/11/2025

Resumo das Notícias de Hoje

2/12/2025

Dia 02 de dezembro de 2025, terça-feira

- CONTESTAÇÃO DO ESTUDO SOBRE BENEFÍCIOS DA GD  (expansão)

A Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace) defende adequações sobre a GD (Geração Distribuída) como forma de buscar um reequilíbrio operacional e financeiro do setor elétrico. De acordo com o diretor-presidente da entidade, Carlos Faria, análises estatísticas indicam que os benefícios tradicionalmente atribuídos à modalidade, como a redução de perdas elétricas e de investimentos em transmissão, foram circunstanciais e não se sustentaram com a massificação do segmento.

> Continue a leitura na matéria “Anace contesta estudo sobre benefícios da GD”: https://bit.ly/3XuatqI

- MERCADO DE RENOVÁVEIS  (negócios e empresas)

A Prumo Logística vê a expansão da geração distribuída solar como o principal entrave ao avanço da eólica offshore no país. Para o CEO Rogério Zampronha, os incentivos fiscais levaram a um crescimento desordenado do setor, criando distorções que exigem o acionamento de térmicas no fim da tarde. “O mercado de renováveis vive um inferno astral. Todos os dias, às 17h30, saem 50 gigawatts de solar do sistema”, disse. “A racionalidade precisa voltar ao sistema elétrico para que projetos competitivos prosperem”, afirmou o executivo em conversa com jornalistas.

> “A racionalidade precisa voltar ao sistema elétrico”, afirma CEO da Prumo: https://bit.ly/4royM74

- DESCARBONIZAÇÃO DOS SISTEMAS ISOLADOS  (negócios e empresas)

A Axia Energia (novo nome da Eletrobras) contratou na última sexta-feira, 28 de novembro, uma consultoria técnica especializada para estimar os investimentos necessários e subsidiar as ações do Programa Energias da Amazônia. O programa visa substituir a geração a diesel por fontes renováveis nos Sistemas Isolados da região.

> Saiba mais na notícia “Axia contrata estudo para auxiliar na descarbonização dos Sistemas Isolados”: https://bit.ly/3Y6BFvK”

- OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

Renova Energia anuncia novo CFO e aposta em Data Centers e portfólio em 2026: https://bit.ly/4pMAm19

Celesc adquire projeto da Statkraft para construção de PCH: https://bit.ly/4pdhuIB

Petrobras vai construir solar de 12 MW em refinaria no PE: https://bit.ly/4iv66VT”

Fonte: Canal Energia

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FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DO EAMIL – ENCONTRO ANUAL DO MERCADO LIVRE – 26 – 27 NOVEMBRO 2025

1/12/2025

CONFIRA A COBERTURA DO 1º DIA!

- Resultados internacionais mostram impacto direto da abertura do mercado de energia e oferecem lições para o Brasil

Mesmo com ritmos distintos, países que avançaram registram aumento de competição, maior número de comercializadoras e participação crescente dos consumidores

Campinas, 26 de novembro de 2025 — O primeiro dia do Encontro Anual do Mercado Livre de Energia (EAML), organizado pela Informa Markets em coorganização com a Associação Brasileira de Comercializadores de Energia – ABRACEEL, apresentou resultados concretos de países que avançaram na abertura do mercado de energia. Os dados mostram impacto direto na competição, na liquidez e na participação dos consumidores, indicando que a liberalização produz efeitos estruturais mensuráveis, embora dependa de estabilidade regulatória, tempo e evolução tecnológica.

A Espanha, que iniciou a abertura entre 1997 e 1998, conta hoje com mais de 300 comercializadoras e com 70% dos consumidores residenciais e cerca de 99% da indústria operando no mercado livre. Teresa Company Juberó (ACIE/Chile) ressaltou que o avanço espanhol está diretamente ligado ao papel das comercializadoras: “Durante estes 20 anos, a comercializadora foi o motor de inovação que colocou o consumidor no centro do setor elétrico”. Segundo ela, o desafio atual é garantir que a queda dos preços no atacado, impulsionada pela expansão de renováveis, “se reflita de forma clara na fatura final”.

Portugal abriu o mercado residencial em 2007, mas manteve o Comercializador de Último Recurso (CUR), que responde hoje por 13% dos consumidores — cerca de 830 mil unidades. Para 2026, a tarifa regulada terá suporte de 236 milhões de euros. João Nuno, Presidente Executivo da ACEMEL, destacou que essa coexistência prolonga o processo de transição: “Se estamos em um mercado liberalizado, não faz sentido manter um modelo regulado que concorre com regras diferentes”.

A Colômbia apresenta 25% de penetração do mercado livre, somando segmentos regulados e não regulados, após quase três décadas de abertura. Os comercializadores independentes respondem por 5% da demanda regulada, 9% dos consumidores não regulados e 14% das transações bilaterais. Marta Aguillar Méndez (ACCE) afirmou que a expansão ainda enfrenta limitações estruturais: “A medição inteligente não é unificada e isso limita a migração dos pequenos consumidores”.

No México, a reforma de 2013 estruturou o mercado maiorista e permitiu a entrada de novas comercializadoras. Hoje o país possui 54 empresas listadas, das quais 33 estão ativas, e cerca de 1.700 consumidores qualificados. Andrea Lozano, Presidente da AMSCA, destacou que a demanda energética do país abre oportunidades relevantes, mas os prazos de migração seguem longos: “O processo leva de 12 a 18 meses por exigências regulatórias e pela necessidade de troca dos sistemas de medição”.

As discussões também mostraram que modelos de flexibilidade e resposta da demanda podem avançar mesmo sem implantação completa de medidores inteligentes. Devrim Celal, Diretor de Flexibilidade e Marketing da Kraken, explicou que países como Reino Unido (cerca de 70% de smart meters) e Alemanha (pouco mais de 1%) já utilizam dados agregados, estatística e plataformas digitais para acionar consumidores em serviços de balanceamento. “Não é preciso esperar a digitalização completa para iniciar a flexibilidade”, afirmou.

As experiências apresentadas indicam que a abertura do mercado livre gera aumento de competição, entrada de novos agentes, expansão de serviços, integração de renováveis e evolução tecnológica que permite maior participação do consumidor. No Brasil, que avança para a abertura total, os casos internacionais mostram que previsibilidade regulatória, incentivos à competição e infraestrutura moderna são fatores essenciais para gerar ganhos de eficiência e segurança no ambiente de comercialização.

- Digitalização e flexibilidade marcam debate global no EAML: Brasil entra no radar da Kraken

No Talkshow com Keynote Internacional: A Agenda dos Mercados mais Modernos de Energia do Encontro Anual do Mercado Livre de Energia (EAML), Luiz Barroso, CEO da PSR, entrevistou Devrim Celal, Diretor de Flexibilidade e Marketing da Kraken, sobre como mercados avançados têm combinado digitalização, integração tecnológica e expansão de renováveis para transformar a relação entre consumidores e fornecedores.

Devrim apresentou a estrutura do Octopus Energy Group, maior fornecedor de eletricidade do Reino Unido, com cerca de 8 milhões de clientes e presença global em países como Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, Itália, Nova Zelândia e Japão, somando quase 11 milhões de consumidores. O grupo administra US$ 10 bilhões em ativos solares e eólicos, com expansão acelerada na Ásia-Pacífico e América do Norte.

O executivo destacou que a transição energética depende de soluções escaláveis e acessíveis, como medidores inteligentes, sistemas solares, baterias residenciais, carregadores para veículos elétricos e bombas de calor — cujo custo foi reduzido para acelerar a eletrificação das residências. A plataforma Kraken, que gerencia clientes, faturamento, redes e otimização de ativos, já é licenciada por gigantes europeias como EDF e E.ON e está em processo de se tornar independente, com o Brasil entre os mercados prioritários para expansão.

Outro ponto central do painel foi a flexibilidade no consumo, mesmo sem medidores inteligentes. Devrim explicou que programas de resposta da demanda podem avançar com ferramentas simples e engajamento digital, citando exemplos europeus onde consumidores são remunerados por reduzir carga em horários críticos sem dispositivos adicionais. Ele ressaltou que países como Brasil e Turquia têm alta capacidade de engajamento digital, impulsionada pelo uso intenso de redes sociais, criando condições para pilotos de flexibilidade antes da implantação plena dos medidores.

Para Devrim, tecnologias como a Kraken democratizam um espaço antes restrito a grandes geradores, permitindo integrar sinais de consumo e operar serviços de balanceamento com milhões de usuários. “A modernização não precisa esperar ciclos longos de infraestrutura”, afirmou.

Com essa visão, o EAML reforça seu papel como ponte entre práticas globais e oportunidades locais, mostrando que digitalização, flexibilidade e renováveis são os pilares para um mercado livre mais moderno e inclusivo.

- Mercados livres ibero-americanos avançam: Espanha e Portugal lideram, Brasil entra no jogo

No Encontro Anual do Mercado Livre de Energia (EAML), o painel Panorama dos Mercados Livres Ibero-Americanos mostrou como diferentes países evoluem na liberalização do setor elétrico e quais desafios ainda precisam ser superados. Sebastián Novoa, presidente da AICE, destacou que Espanha e Portugal lideram com taxas de penetração de 100% e 95%, enquanto Colômbia, Chile, Uruguai e Peru discutem ampliações. Criada em 2023, a AICE reúne associações de Brasil, Colômbia, México, Portugal, Chile e Espanha, além de novos integrantes como Equador e Uruguai, para fortalecer a livre negociação e ampliar liquidez.

Sebastián ressaltou que o Brasil agora integra o grupo de países com livre escolha do fornecedor, apresentando uma das maiores diferenças de preço entre mercado regulado e livre na região. “As experiências ibero-americanas oferecem referências valiosas para o modelo brasileiro, especialmente em governança de preços e segurança de mercado”, afirmou.

Marta Aguillar Méndez, da ACCE, trouxe a realidade da Colômbia, que alcançou 25% de penetração, mas ainda enfrenta barreiras técnicas e regulatórias, como a falta de medição inteligente unificada. Apenas usuários não regulados possuem smart metering obrigatório, enquanto residenciais dependem de comercializadores independentes. Marta acredita que inteligência artificial e ajustes regulatórios podem ampliar a liberalização a partir de 2026.

Em Portugal, João Nuno, da ACEMEL, explicou que, mesmo com mercado aberto desde 2007, 13% dos consumidores permanecem na tarifa regulada, gerando assimetrias competitivas. Em 2026, o governo destinará 236 milhões de euros para manter esse modelo, que funciona como “porto seguro” em momentos de volatilidade. Para João, o Brasil tem a chance de evitar longos períodos de transição observados na Europa.

A experiência espanhola foi apresentada por Teresa Company Juberó, da FactorLuz, que destacou a existência de mais de 300 comercializadoras e 70% do mercado residencial já migrado. Apesar da forte competição e presença de renováveis, Teresa alertou para o desafio de transformar a queda de preços no atacado em benefícios diretos ao consumidor, apontando flexibilidade e armazenamento como próximos passos.

Por fim, Andrea Lozano, da AMSCA, detalhou o cenário mexicano, com 54 comercializadoras e 1.700 usuários qualificados após a reforma de 2013. Apesar do potencial, o país enfrenta migrações lentas, que podem levar até 18 meses, devido a barreiras regulatórias e processos técnicos.

Com lições que vão da digitalização à governança de preços, o painel reforçou que a abertura do mercado é um processo contínuo e estratégico, e que o Brasil tem a oportunidade de acelerar sua evolução, conectando-se às melhores práticas globais.

Fonte: FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DO EAMIL – ENCONTRO ANUAL DO MERCADO LIVRE – 26 – 27 NOVEMBRO 2025

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Resumo das Notícias de Hoje

1/12/2025

Dia 01 de dezembro de 2025, segunda-feira

- MONITORAMENTO DE MERCADO E GESTÃO DE RISCOS  (comercialização)

Durante o Encontro Anual do Mercado Livre de Energia, realizado na última quinta-feira, 27 de novembro, em Campinas, São Paulo, o conselheiro de administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Eduardo Rossi, destacou alguns avanços e desafios no mercado de energia. O executivo enfatizou a relevância de fortalecer os mecanismos de monitoramento do mercado e implementar uma estrutura de gestão de riscos para garantir crescimento sustentável e transparência.

> Continue a leitura na matéria “CCEE avança em monitoramento de mercado e gestão de riscos”: https://bit.ly/3Y02X76

- NOVO ESTUDO DO PDE 203 (expansão)

Um novo estudo do Plano Decenal de Expansão de Energia 2035 (PDE 2035) prevê queda da dependência externa de derivados de petróleo na próxima década. Conforme os dados, o Brasil deverá ampliar sua condição de exportador líquido nos próximos dez anos, alcançando 2,7 milhões de barris por dia em 2035. Assim, a análise indica que o volume expressivo de óleo cru poderá elevar ainda mais a importância do país no quadro geopolítico global do petróleo.

> Saiba mais em “EPE vê queda da dependência externa de derivados de petróleo em dez anos”: https://bit.ly/48dwvUV

- RESERVATÓRIOS, CARGA E CMO  (operação)

O mês de dezembro começa com a previsão de aumento no volume acumulado nos reservatórios do Sudeste/Centro Oeste. De acordo com dados apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, a região deverá fechar 2025 com 45,7% ante os atuais 41,9%. A previsão foi apresentada no segundo dia da reunião mensal do último PMO deste ano. No Nordeste a previsão também é de aumento, chegando a 48,5%. Enquanto isso no Sul e no Norte a estimativa do ONS é de retração. Os submercados deverão marcar 65,8% e 54,6%, respectivamente.

> Leia mais na notícia “Reservatórios no Sudeste devem terminar ano em 45,7%”: https://bit.ly/4pb8HXy”

- OUTRAS NOTÍCIAS DE HOJE

Com foco em bioprodutos, Petrobras coloca eólicas e solares no fim da fila: https://bit.ly/48IxQTH

Celesc estuda alienação de novos ativos: https://bit.ly/4ajokrq

Os Desafios da Eólica Offshore no Brasil: Transformar Potencial em Progresso: https://bit.ly/4pA6dlo

Fonte: Canal Energia

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FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DO EAMIL – ENCONTRO ANUAL DO MERCADO LIVRE – 26 – 27 NOVEMBRO 2025

1/12/2025

- Setor elétrico aponta flexibilidade, liquidez e segurança de mercado como prioridades após encerramento do EAML 2025

CONFIRA A COBERTURA DO 2º DIA!

Especialistas destacam novos modelos de negócio, avanço regulatório e necessidade de fortalecer redes e mecanismos de risco

Campinas, 27 de novembro de 2025 – Os debates finais do Encontro Anual do Mercado Livre de Energia (EAML 2025), organizado pela Informa Markets em coorganização com a Associação Brasileira de Comercializadores de Energia – ABRACEEL, mostraram que o próximo ciclo do setor elétrico brasileiro será definido por três pilares: flexibilidade, liquidez e segurança de mercado. As discussões reuniram análises técnicas, comparações internacionais e avaliações estruturais sobre os desafios da abertura total.

Luiz Maurer, consultor internacional em estratégia energética, afirmou que o Brasil precisará adotar múltiplos modelos de negócio para lidar com a variabilidade das fontes renováveis. Segundo ele, baterias, resposta da demanda e usinas reversíveis terão papéis complementares. “Flexibilidade é a capacidade de equilibrar oferta e demanda em todos os horizontes de tempo. Não há solução única. É um conjunto de ferramentas”, destacou.

A experiência internacional foi reforçada por Alex Cruickshank, representante da Oakley Greenwood e integrante da Conferência Internacional de Grandes Redes Elétricas (CIGRE). Ele apresentou o caso australiano, país que opera com trinta e cinco por cento de energias renováveis e enfrenta pressões severas sobre uma rede extensa e com baixa densidade populacional. “Flexibilidade tornou-se uma necessidade sistêmica. Quando a demanda cresce e a rede está no limite, a capacidade de adaptação define a segurança elétrica”, afirmou.

A Colômbia também trouxe sua visão. Diana María Pérez Orozco, da XM, explicou que a modernização do mercado colombiano e o reforço das redes são condições indispensáveis para que mecanismos de flexibilidade funcionem. “O recurso existe, mas sem modernização regulatória, fortalecimento da transmissão e integração de serviços, o benefício não chega ao sistema”, avaliou.

Do lado brasileiro, João Guillaumon, vice-presidente de Clientes e Comercialização da Auren Energia, destacou que a matriz nacional mudou rapidamente e exige redistribuição da flexibilidade ao longo de toda a cadeia. Ele lembrou que a participação das hidrelétricas caiu, enquanto eólica e solar avançaram, com forte peso da geração distribuída. “Vamos precisar de baterias, reversíveis e novos sinais econômicos para os consumidores. A flexibilidade tem que ser distribuída para que o sistema responda de forma eficiente”, disse.

A agenda de segurança de mercado ganhou espaço com a avaliação de Eduardo Rossi, conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Ele detalhou as etapas do monitoramento prudencial, a estrutura de salvaguardas financeiras e os efeitos da nova lei que responsabiliza agentes e gestores. “Segurança de mercado não se resolve com uma medida única. São várias camadas que constroem estabilidade e confiança”, afirmou.

O tema da liquidez e da estrutura de atacado também avançou. Dri Barbosa, CEO da N5X, destacou que modelos com contrapartida central aumentam previsibilidade e reduzem fricções. “Ambientes padronizados ampliam liquidez e permitem que compradores e vendedores operem com mais eficiência”, explicou.

Na visão jurídica e operacional, Camila Salvetti Mosaner Batich, CEO da BBCE, reforçou entregas recentes relacionadas à supervisão, liquidação multilateral e atualização contratual. Ela lembrou que o ajuste do contrato padrão e a estrutura de liquidação reduzem complexidade e fortalecem a gestão de risco. “Segurança precisa ser equilibrada. É isso que sustenta a expansão sustentável desse mercado”, afirmou.

Ao final dos debates, o setor deixou claro que o próximo ciclo de abertura exigirá coordenação entre regulação, mercado, operação e infraestrutura. Flexibilidade, liquidez e segurança formam a base das decisões que orientarão consumidores, agentes e investidores nos próximos anos.

- Integração energética no Cone Sul: países defendem avanços para garantir segurança e competitividade

Painel do EAML 2025 revela desafios físicos, comerciais e regulatórios para ampliar intercâmbio de energia na América Latina

No Encontro Anual do Mercado Livre de Energia (EAML 2025), líderes do setor energético da Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil destacaram que a integração regional é estratégica para garantir segurança de abastecimento e reduzir custos, mas ainda enfrenta barreiras físicas, comerciais e regulatórias.

Juan Alberto Luchilo, da Cammesa (Argentina), afirmou que as condições de intercâmbio melhoraram nos últimos anos, mas ainda existem limitações estruturais. Ele explicou que o fluxo com o Brasil tem maior potencial, operando por meio de ofertas semanais e suporte emergencial, enquanto conexões com Chile e Bolívia permanecem restritas. “A integração depende de acordos bilaterais amplos e maior previsibilidade entre países”, destacou.

Do Paraguai, Fábio Lucantonio alertou que o país pode atingir o limite de geração entre 2029 e 2030 e defendeu a integração bidirecional com o Brasil como alternativa mais rápida e eficiente do que construir novas usinas. Hoje, a linha permite envio de energia ao Brasil, mas não o fluxo inverso — algo que deve mudar em 2029 com a conversão de frequência nos dois sentidos. “O custo de integração física é menor que o custo de novas usinas”, afirmou.

Andrés Osta, do Ministério da Indústria, Energia e Mineração do Uruguai, reforçou que o país depende das interconexões para garantir segurança em momentos críticos. Com demanda de 2.300 MW e interligações de 2.000 MW com a Argentina e 570 MW com o Brasil, o Uruguai poderia suprir todo seu consumo via vizinhos. Osta defendeu ajustes regulatórios para permitir importações mais baratas e sugeriu mecanismos de compensação para equilibrar impactos internos. “Precisamos evoluir para modelos supranacionais que garantam cumprimento de acordos”, disse.

Representando o Brasil, Cristiano Augusto Trein, do MME, destacou que a integração exige infraestrutura robusta e fortalecimento de acordos bilaterais. Ele lembrou que o Brasil já mantém contratos ativos com o Paraguai e defendeu visão de longo prazo para não comprometer oportunidades futuras. “Confiabilidade é o elemento central da integração”, afirmou.

O painel concluiu que, para avançar, a região precisa combinar investimentos em infraestrutura, ajustes regulatórios e maior coordenação política, criando um ambiente que permita trocas firmes e aproveite complementaridades energéticas. Com isso, a integração poderá evoluir de operações emergenciais para um modelo estruturado, garantindo segurança e competitividade para todos os países.

- Digitalização, IA e Open Energy: varejo elétrico brasileiro entra em nova era no EAML 2025

Painel revela como tecnologia, integração de sistemas e medidores inteligentes vão redefinir a experiência do consumidor

No painel Varejo e Novas Tecnologias, especialistas apontaram que o avanço do varejo elétrico no Brasil depende de três pilares: digitalização completa dos processos, integração tecnológica e uso estratégico da inteligência artificial.

Tomás Baldaque, da EDP Brasil, destacou que a IA só gera valor quando os processos estão digitalizados e os sistemas integrados. A empresa já aplica modelos preditivos para falhas em rooftops solares, análise de tom de voz em atendimentos e algoritmos que ajustam margens comerciais conforme flutuações de preço. “Para a IA funcionar, antes precisamos garantir que todos os processos estejam digitalizados”, afirmou.

Luciano Benelli, da Paradigma, reforçou que a integração com as novas APIs da CCEE é decisiva para destravar o varejo. Ele apontou que as plataformas evoluíram para organizar toda a jornada do cliente e antecipou que o setor está próximo de adotar modelos de marketplace. A Paradigma também desenvolve IA reativa para automatizar consultas e ações, além de avatares virtuais para executar tarefas repetitivas.

Danilo Barbosa, da Way2, afirmou que o impacto da IA será transversal, com aplicações que vão desde análise de perfis tarifários até interpretação de faturas digitalizadas. Ele ressaltou que o avanço real depende do acesso direto aos dados do consumidor, previsto na minuta de Open Energy, com implementação a partir de 2027. “Com dados acessíveis via APIs, o setor deixa de digitalizar faturas e passa a criar valor sobre uma base estruturada”, disse.

O painel também trouxe visão internacional com Alex Cruickshank, da Oakley Greenwood, que destacou o papel da IA na integração de veículos elétricos e baterias, garantindo automação para responder a preços e condições da rede. Ele lembrou que o Brasil já discute a figura do Operador de Sistema de Distribuição (DSO), essencial para coordenar recursos energéticos distribuídos.

Por fim, Alexandre Vidal, da EY, afirmou que o Brasil está pronto para avançar com medidores inteligentes. Segundo ele, obstáculos históricos como custo e padronização foram superados, e a capacidade industrial permitiria substituir todos os medidores do país em até quatro anos. “Todos os aspectos técnicos e industriais estão prontos. Falta apenas consolidar o avanço regulatório”, afirmou.

Com IA, dados abertos e infraestrutura digital, o varejo elétrico brasileiro se prepara para uma transformação que promete mais eficiência, personalização e competitividade, conectando o consumidor às tendências globais.

- Segurança, liquidez e novos modelos: Brasil prepara terreno para abertura total do mercado livre

Painel do EAML 2025 revela estratégias para garantir estabilidade, ampliar competitividade e acelerar inovação no setor elétrico

No painel Segurança e Estruturas de Mercado, especialistas nacionais e internacionais destacaram que a consolidação do mercado livre brasileiro exige segurança regulatória, liquidez e novos modelos de negócio para enfrentar os desafios da abertura total e da transição energética.

Laurent Nery, da ENGIE Global Markets, trouxe a experiência europeia, lembrando que a formação de mercados elétricos competitivos leva décadas e depende de evolução regulatória contínua. Ela citou mecanismos como mercados de longo prazo, day-ahead e intraday, além de interconexões robustas que garantem estabilidade. “Liquidez cresce devagar, mas cresce porque mais players precisam atuar”, afirmou. Nery também destacou que a crise energética de 2022, com preços chegando a €1.000/MWh, reforçou o papel das interconexões e da cooperação regulatória para evitar colapsos.

Do lado brasileiro, Eduardo Rossi, da CCEE, detalhou avanços em segurança de mercado, como critérios de entrada e saída de agentes, monitoramento prudencial e salvaguardas financeiras. Ele ressaltou que a nova Lei 15.269 consolida a competência da CCEE para aplicar sanções e exigir garantias, além de responsabilizar gestores por prejuízos. “A abertura precisa acontecer sem surpresas e com robustez para proteger consumidores e agentes”, afirmou.

Dri Barbosa, da N5X, defendeu a adoção da contrapartida central para ampliar liquidez e reduzir risco, citando exemplos do Japão e da Europa. “Quando a bolsa assume o papel de compradora de todos os vendedores e vendedora de todos os compradores, a liquidez cresce e as barreiras de crédito desaparecem”, disse. A N5X desenvolve modelos de risco com apoio da EXX, Nodal e B3 para acelerar a maturidade do mercado brasileiro.

Na mesma linha, Camila Salvetti, da BBCE, apresentou ações para reforçar segurança jurídica e operacional, como supervisão integral dos negócios, liquidação multilateral que reduziu volumes financeiros de R$170 milhões para R$23 milhões e atualização do contrato padrão após dez anos. A BBCE também lançou metodologia de risco construída com participação dos agentes.

O painel abordou ainda a necessidade de novos modelos para flexibilidade e uso de baterias, tema apresentado pelo consultor internacional Luiz Maurer. Ele destacou que países avançados adotaram múltiplos arranjos comerciais, enquanto o Brasil ainda concentra a discussão em poucos formatos. “Bateria é um canivete suíço. Precisamos aprender a operar esse novo conjunto de tecnologias e testar diferentes abordagens”, afirmou.

Com foco em segurança, liquidez e inovação, o EAML 2025 reforça que a abertura total do mercado livre brasileiro será sustentável apenas com bases sólidas e modelos adaptados às novas demandas da transição energética.

- Flexibilidade elétrica vira prioridade: Brasil e América Latina correm para evitar riscos operacionais

Painel do EAML 2025 mostra que baterias, sinais de preço e agregadores serão decisivos para garantir equilíbrio e segurança

No painel Mercados de Flexibilidade e o Papel do Comercializador, especialistas alertaram que a transição energética acelerada exige flexibilidade sistêmica para lidar com a variabilidade das fontes renováveis e evitar riscos operacionais. Países como Brasil, Austrália e Colômbia compartilham desafios semelhantes, mas com diferentes graus de urgência.

Alex Cruickshank, da Oakley Greenwood, trouxe a experiência australiana, onde 35% da matriz já é renovável e redes regionais operam no limite. Ele defendeu coordenação avançada, digitalização e automação para integrar baterias, veículos elétricos e recursos distribuídos. “A flexibilidade deixou de ser opção. É uma necessidade sistêmica”, afirmou.

Na Colômbia, Diana María Pérez, da XM, destacou que a dependência hídrica aumenta vulnerabilidade em períodos de seca e que o país avança na definição do modelo de participação do armazenamento e na preparação de novos leilões. “Flexibilidade depende de recursos, serviços e regras que permitam que os dois funcionem”, disse.

Do lado brasileiro, João Guillaumon, da Auren Energia, apontou que a participação das hidrelétricas caiu de 65% para 45% em cinco anos, enquanto solar e eólica somam 40%. Ele defendeu uso combinado de baterias, hidrelétricas reversíveis e novos sinais de preço para consumidores cativos. “Adiar decisões compromete a segurança energética futura”, alertou.

Maria Cândida, do ONS, reforçou a urgência: a curva do pato, prevista para 2027, já se tornou realidade em 2025. Em agosto, um vale de carga exigiu corte quase total da geração solar e eólica e uso de reservas operativas. “Pequenos montantes isolados não resolvem. Precisamos de agentes capazes de consolidar volumes e fornecer flexibilidade de verdade”, afirmou. Ela listou três prioridades: resposta da demanda, expansão do armazenamento e agregadores para reunir cargas e geração distribuída.

O painel concluiu que flexibilidade é o novo eixo estratégico do setor elétrico, exigindo ação conjunta entre operação, reguladores e mercado. Com sinais econômicos claros, digitalização e modelos inovadores, o Brasil pode transformar um desafio urgente em oportunidade para consolidar um sistema mais seguro e eficiente.

Fonte: EAMIL – ENCONTRO ANUAL DO MERCADO LIVRE – 26 E 27 / NOVEMBRO 2025

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Entenda proibição do Banco Central que pode fazer Nubank mudar de nome

1/12/2025

Entrou em vigor na semana passada uma nova norma do Conselho Monetário Nacional (CMN) que proíbe instituições não bancárias de usarem os termos “banco” ou “bank” em seus nomes empresariais, marcas, sites ou qualquer forma de apresentação pública. A medida, anunciada pelo Banco Central, atinge principalmente fintechs e empresas de tecnologia com atuação financeira, mas sem licença bancária formal. A nova diretriz busca evitar que consumidores sejam induzidos ao erro sobre a natureza e o escopo de atuação dessas instituições. A mudança é vista como uma forma de reforçar a transparência, proteger o usuário e acompanhar a evolução dos modelos de negócio no setor financeiro. A regra também padroniza o uso de termos regulados e mitiga riscos ao sistema financeiro nacional. Nubank e Pagbank estão entre as instituições que devem se adequar.

Fonte: Desperta | exame de 01/12/2025

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Credenciada na Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL para trabalhos de apoio ao órgão regulador

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

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