Câmara adia votação da MP do setor elétrico que prevê ampliação da tarifa social
A votação da Medida Provisória 1.300 foi adiada nesta quarta-feira (10), após o texto ser retirado da pauta do plenário da Câmara dos Deputados. A proposta garante gratuidade de até 80 kWh por mês para beneficiários do programa de Tarifa Social e, se aprovada, irá beneficiar cerca de 18 milhões de pessoas. A perspectiva, segundo parlamentares sinalizam nos bastidores, é que a matéria será analisada apenas na próxima terça-feira (16) nos plenários da Câmara e do Senado, às vésperas de a medida caducar.
Geração a partir de biomassa poderá ser de 5,9 GW médios em 2035
A capacidade de injeção de energia gerada por biomassa para o Sistema Interligado Nacional (SIN) poderá chegar a 5,9 GW médios em 2035, indica a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Atualmente, o montante está em 5,3 GW médios. Considerando também a produção utilizada para autoconsumo, a capacidade de geração da fonte atingiu 12,7 GW em julho. A EPE também calculou o potencial de produção de biogás e biometano a partir de biomassa, que pode sair de 5,5 bilhões de m³ em 2025 para 6,4 bilhões de m³ em 2035.
Lula defende integração energética ao inaugurar linhão de Roraima
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a integração energética entre os países da América do Sul na cerimônia de início da energização do linhão Manaus – Boa Vista, que integra Roraima ao SIN. A Transnorte Energia, SPE entre a Eletrobras (51%) e Alupar (49%), é a responsável pela linha, que tem aproximadamente 725 km e recebeu investimentos de R$ 2,6 bilhões. O governo estima que a interligação vai permitir economia superior a R$ 600 milhões por ano.
IA pode ajudar na busca por energia limpa ilimitada, dizem cientistas
A fusão nuclear tem sido aclamada há décadas como uma fonte quase ilimitada de energia limpa, o que seria uma solução revolucionária para a crise climática. Mas os especialistas só conseguiram alcançar e sustentar a energia de fusão por alguns segundos, e muitos obstáculos permanecem, incluindo instabilidades no processo altamente complexo. Mas, no ano passado, pesquisadores da Universidade de Princeton encontraram uma maneira de usar a inteligência artificial para prever instabilidades potenciais no processo e evitar que aconteçam.
O desafio e o diferencial das pequenas hidrelétricas no mercado livre de energia
Em um cenário onde fontes como a solar e a eólica ganham destaque, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) enfrentam um desafio significativo: o custo de implantação superior ao de outras tecnologias. Esse fator, combinado a um modelo regulatório que não valoriza adequadamente os atributos de cada fonte, dificulta a expansão das PCHs no mercado livre, afirma Claudio Alves, presidente da Electra. Essas usinas se destacam por sua flexibilidade operativa e seu papel na geração de energia limpa e de baixo impacto ambiental. A capacidade de modulação, que permite concentrar a geração em momentos de preços mais altos, é um diferencial competitivo valioso, ressalta Álvaro Scarabelot, diretor comercial da empresa.
O setor elétrico sem ‘sistema imunológico’
Até o fim dos anos 1990, a oferta de energia no Brasil era quase 100% de hidrelétricas. Estávamos vulneráveis a uma única fonte, mas a coordenação aumentava a eficiência. Em 2025 a situação é diferente, e para melhor. A matriz elétrica é bem diversificada. Porém, é alta a probabilidade de blackouts. Estão presentes as condições que degradam a segurança do sistema. Há energia em excesso, só que num período fixo (entre 10 e 15 h). Temos, assim, três propriedades: rigidez do período, ascendência de uma fonte e restrição de coordenação que, unidas, formam a inflexibilidade. É aí que entram os custos ocultos, pois ninguém conhece a confiabilidade real.
Busca por redução na conta de luz acelera migração para o mercado livre
Em junho de 2025, números da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostravam que o mercado livre somava mais de 77 mil unidades consumidoras, um recorde na linha do tempo de migração para esse mercado. O montante é 57,7% maior que o de 12 meses atrás. Segundo Rodrigo Ferreira, presidente da Associação Brasileira das Comercializadoras de Energia Elétrica (Abraceel), a atual fase de crescimento do mercado livre apresenta características de “atacarejo”, por combinar características de atacado e varejo.
Geração solar nas empresas médias triplica
A perspectiva de reduzir a conta de luz acelerou nos últimos anos a instalação de sistemas solares em médias empresas com faturamento anual entre R$ 15 milhões e R$ 500 milhões. Projetos de geração própria no local da carga nessa faixa do mercado já somam 4,3 GW, segundo a Greener Consultoria. Até julho deste ano foram mais 569 MW instalados e a previsão é chegar a dezembro com cerca de 900 MW.
Geradores, consumidores e distribuidores pedem inclusão de MMGD no curtaiment
Associações que representam geradores, consumidores e distribuidores divulgaram uma nota conjunta pedindo medidas estruturais para enfrentar os cortes de geração de energia. As entidades afirmam que a expansão acelerada da micro e minigeração distribuída tem agravado o problema e defendem que esses sistemas também participem do rateio dos seus custos, seja por meio de cortes físicos ou mecanismos financeiros. As entidades pedem que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Executivo e o Legislativo “exerçam o protagonismo” que o momento exige, conduzindo o setor a soluções “sustentáveis, equilibradas e seguras”.
ONS estima reservatórios acima de 50% no final de setembro
O boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) correspondente à semana operativa até 12 de setembro prevê nível de Energia Armazenada (EAR) acima de 50% em todos os subsistemas do país no final do mês. O subsistema Norte tem a melhor previsão e deverá chegar a 80,8%. Já a Energia Natural Afluente (ENA) estimada para o fim de setembro é inferior à média em todos os subsistemas, sendo que o Nordeste deve registrar 46% da Média de Longo Termo (MLT). Quanto à demanda de carga, os cenários indicam desaceleração de até 2% no SIN.
ONS recebeu 40 pedidos de conexão de data centers desde 2024, diz Rea
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recebeu 40 pedidos de instalações de data centers desde o ano passado. Desse total, 30 receberam parecer favorável para conexão, com uma demanda de cerca de 2,5 GW. Para o segundo semestre deste ano, estão em análise outras quatro solicitações que totalizam mais de 200 MW. As cargas têm representado um desafio para o operador.
Aneel busca equilíbrio e rapidez na solução do curtailment
Em reunião com representantes de associações e instituições, a Aneel pontuou convergências no âmbito do fechamento da terceira fase da Consulta Pública 45/2019, como a necessidade de encarar a problemática em agendas de curto e longo prazos, enfrentando a questão de forma conjuntural e estrutural. O entendimento é que, devido à natureza transversal, muitas causas ou repercussões em questão transcendem o objeto da CP, mas boa parte das soluções ainda está sob a jurisdição regulatória.
Ampliação da matriz elétrica em agosto é liderada por centrais eólicas e hidrelétricas
A potência de geração de energia elétrica no Brasil alcançou um acréscimo de 310 MW em agosto, totalizando 4,47 GW nos oito primeiros meses de 2025, segundo a Aneel. No acumulado do ano, 71 usinas começaram a operar comercialmente, incluindo 10 termelétricas, 32 eólicas e 18 plantas solares fotovoltaicas. Treze estados contaram com novas usinas em operação este ano, com destaque para o Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais.
Fonte: ELECTRA ENERGY/CLIPPING Ed. 18/2025 de 12/09/2025