A determinação do valor justo para fins de emissão das Demonstrações Financeiras é uma área repleta de desafios, seja pelas interações entre os profissionais, seja pela complexidade dos papéis de trabalho dos especialistas, seja pela dificuldade de supervisão da administração sobre ambos os aspectos (interação entre profissionais e complexidade técnica). Estes desafios demonstram a importância de uma colaboração eficaz entre avaliadores, administradores e auditores.
Abaixo comentaremos alguns tópicos destes desafios.
Administração: A Interface entre Relatórios e Realidade A gestão é responsável pela precisão das demonstrações financeiras, mas usualmente não possui os recursos ou a expertise necessária para analisar profundamente as estimativas de valor justo. Dependem, portanto, dos avaliadores para fundamentar as avaliações apresentadas nos relatórios. No contexto das empresas de capital aberto nos EUA, onde a Lei Sarbanes-Oxley impõe responsabilidades adicionais sobre CEOs e CFOs, a precisão e a tempestividade dos relatórios tornam-se ainda mais cruciais e desta forma recai sobre os administradores a responsabilidade também sobre a capacidade da empresa contratada. Aqui, a expectativa é que os avaliadores não só apoiem a emissão dos relatórios dentro dos prazos, mas também auxiliem no processo de auditoria, mantendo sua independência e julgamento profissional.
Avaliadores: Seu Papel Crítico No cerne da determinação do valor justo está o trabalho minucioso dos avaliadores. Estes profissionais operam sob padrões rígidos em seus países; avaliadores de empresas americanas geralmente seguem as normas do USPAP “Uniform Standards of Professional Appraisal Practice”, avaliadores de empresas brasileiras geralmente seguem normas relativas as IVSC “International Valuations Standards Council” tropicalizadas as normas locais como as ABNTs. Estes avaliadores fornecem estimativas essenciais que suportam os relatórios financeiros que por sua vez são objeto de revisão por auditores. A interação entre avaliadores e auditores não se limita apenas a independência e a análise de capacidade técnica. Ambos possuem o mesmo objetivo; assegurar que as estimativas de valor justo cumpram com os padrões contábeis, de avaliação e de auditoria, mantendo a salvaguarda de ambas as empresas.
Auditores: A Busca por Precisão e Conformidade Auditores enfrentam o desafio de avaliar as estimativas de valor justo à luz dos padrões profissionais de auditoria, como os estabelecidos pelo PCAOB para companhias públicas dos EUA. Este processo envolve validar a razoabilidade e a confiabilidade das estimativas de valor justo, o que demanda uma análise cuidadosa das metodologias (que por muitas vezes podem ser próprias e internas de cada empresa), dos dados financeiros fornecidos pela empresa e dos diversos inputs utilizados nas avaliações. O objetivo é assegurar que as estimativas de valor justo não introduzam distorções materiais nas demonstrações financeiras.
Problema: Desafios Comuns e Interseções Profissionais A complexidade da auditoria de estimativas de valor justo é ilustrada pelas deficiências apontadas em inspeções do PCAOB, ressaltando a necessidade de testes adequados sobre as premissas utilizadas, conformidade dos métodos usados nas avaliações e uma comunicação mais eficaz entre as partes envolvidas. Esses desafios destacam a importância de uma documentação apropriada, um diálogo eficiente com administradores e avaliadores, e da manutenção do adequado ceticismo profissional.
Aprimoramento: Promovendo um Diálogo Construtivo Para navegar com sucesso pela complexidade do valor justo em relatórios financeiros é essencial que avaliadores, administradores e auditores mantenham um diálogo aberto e construtivo. Comunicação e documentação proativas e tempestivas entre as partes são chaves para alinhar entendimentos sobre considerações técnicas importantes e evitar atrasos ou complicações no processo de relatório financeiro. Dedicar profissionais experientes nestas interações fornece subsídios para que as partes não se distraiam com temas não relevantes, mantendo-se concentrado nos diálogos de temas relevantes. Assim, as estimativas de valor justo para relatórios financeiros podem ser tratadas com a precisão e reguladas na profundidade que cada tarefa requer, beneficiando todas as partes envolvidas e, por fim, os stakeholders que dependem dessas informações tempestivas e precisas para tomar suas decisões.
Resumo preparado por Renato Mateus Gonçalves e Wiliam Junior , inspirado no documento “First Exposure Draft of Proposed Changes to Valuation Brief #3: Professional Interactions Unique to Fair Value for Financial Reporting” emitido pelo The Appraisal Foundation.
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