- Cade aprova compra de usinas da Copel pela Electra
“O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a compra de um conjunto de usinas de geração de energia elétrica da Copel pelo Grupo Electra. A aprovação envolve 11 pequenas centrais hidrelétricas, uma usina eólica e uma termelétrica, que somam 118 MW. A aquisição foi feita pela Intrepid Investimentos e Participações S.A, holding do Grupo, por meio de sua subsidiária integral Electra Hydra, ao custo de R$ 450,5 milhões. Com a aquisição, a capacidade de geração hidrelétrica do grupo passa para 186,4 MW.”
- Aneel habilita ganhadores dos leilões A-1 e A-2
“Os ganhadores dos leilões de energia existente A-1 e A-2 realizados na semana passada foram habilitados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No total, foram negociados 37.322 GWh. A Electra foi habilitada em ambos os casos, assim como a Safira Artemis e a Safira Administração e Comercialização de Energia. Bolt Energy e Copel, por sua vez, saíram vencedoras no leilão A-1. Os certames visavam a contratação de energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existentes, de qualquer fonte.”
- Descentralização da geração e comportamento do consumidor são desafios no Brasil no longo prazo
“Novos modelos de negócios e mudanças comportamentais dos consumidores devem influenciar a trajetória da demanda de energia nos próximos anos, com destaque para os recursos energéticos distribuídos. A análise é do primeiro caderno do Plano Nacional de Energia (PNE) 2055, lançado nesta semana pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Leia mais em: https://megawhat.energy/planejamento/descentralizacao-da-geracao-e-comportamento-do-consumidor-sao-desafios-no-brasil-no-longo-prazo/”
- Ministério de Minas e Energia altera a diretriz de leilão de potência energética
“O MME publicou, na segunda (6), nova portaria sobre o Leilão de Reserva de Capacidade que altera parte das diretrizes do certame divulgadas anteriormente. Previsto para o dia 27 de junho, o leilão está sendo estruturado para contratar potência energética e fazer frente à intermitência das fontes eólica e solar. As novas regras permitiram a entrada de térmicas existentes movidas a biocombustível nas modalidades de contratação com início de suprimento entre 2025 e 2027. Além disso, para os produtos com entrega entre 2028 e 2030, poderão concorrer usinas existentes a gás natural e a biocombustíveis.”
- Ano começa com boa notícia para os consumidores de energia
“O ano de 2025 deve ser marcado pela sobreoferta de energia, ocasionada pelo crescimento na capacidade de geração experimentada nos últimos anos. Essa situação irá impactar a utilização de novas tecnologias como redes inteligentes, fontes renováveis e sistemas de armazenamento de energia, importantes principalmente no momento em que se busca a abertura do mercado livre de energia para consumidores de baixa tensão.”
- CCEE projeta, PLD médio de R$ 59 por MWh até maio
“A projeção média do preço de liquidação das diferenças (PLD) ficou em R$ 59 por MWh em todos os submercados, conforme cálculos da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), pelo menos até o mês de maio. A projeção foi apresentada no último evento Encontro PLD promovido pela Câmara em 2024.”
- A volatilidade do dólar, as termoelétricas e o armazenamento de energia
“O armazenamento de grandes quantidades de energia elétrica em grupos de baterias integrados à rede de distribuição (grid-scale storage) tem crescido. São sistemas que buscam aproveitar a maior geração eólica e solar em determinados períodos, armazenando energia elétrica para horários ou períodos em que a essa geração não esteja tão disponível. Atualmente, a solução tradicional para esses momentos é acionar usinas termoelétricas. Entretanto, com a necessidade de redução de emissões de gases de efeito estufa e custos que dependem da cotação internacional de combustíveis fósseis e da volatilidade do dólar, essa opção acaba sendo pouco atraente.
A cotação do dólar impõe custos mais elevados às usinas termoelétricas movidas a óleo e gás, pois esses combustíveis, mesmo quando produzidos aqui, seguem cotações internacionais. Além do preço internacional, a cotação do dólar também impacta as tarifas e alimenta a inflação.
O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), em nota técnica, aponta para o aumento na frequência e na intensidade de secas e estiagens desde os anos 1990, afetando desde o Sul do Brasil até a Amazônia [O Brasil está secando]. É um cenário que leva a um acionamento mais frequente e prolongado das usinas termelétricas, a fonte de geração de energia mais onerosa no Brasil.”
- Entidades pedem veto de Lula “a jabutis” no projeto das eólicas offshore
“Doze entidades do setor elétrico pediram em carta aberta para o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vete três artigos do recém-aprovado projeto de lei (PL) 576/2021, das eólicas offshore, aprovado no Congresso Nacional em dezembro. As emendas estranhas ao tema principal do projeto gerariam um custo de R$ 545 bilhões para os consumidores até 2050, o que corresponde a um aumento de 9% nas tarifas de energia elétrica e R$ 22 bilhões por ano em custos adicionais para os consumidores.”
- ONS divulga os resultados do estudo de planejamento da operação para o setor elétrico até 2029
“O Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional - PAR/PEL 2024 para o horizonte de 2025 a 2029 do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê a instalação de cerca de 1.260 km de novas linhas de transmissão, além de 14.750 MVA de novos transformadores em subestações novas e existentes. Os investimentos estimados para estas obras são de R$ 7,6 bilhões, sendo que R$ 5,8 bilhões são empreendimentos novos. A ampliação dos limites de intercâmbio entre os subsistemas é um dos pontos destacados no estudo.
- Reservatórios de hidrelétricas de três regiões devem fechar janeiro com níveis acima de 70%, diz ONS
“Os reservatórios das hidrelétricas devem fechar janeiro com níveis considerados satisfatórios pelo ONS: três submercados devem encerrar o primeiro mês do ano com armazenamentos superior a 70%. O Sudeste/Centro-Oeste, por sua vez, deve terminar o primeiro mês de 2025 com 64,8%.”
- Quais são os leilões de energia elétrica previstos para 2025?
“A Aneel vai ter um intenso calendário de leilões nos próximos meses, com a previsão de contratação de energia nova e existente, sistemas isolados e linhas de transmissão. Dentre os certames, destaque para a expectativa do inédito leilão de baterias e para o leilão de reserva de capacidade na forma de potência, que tinha previsão de ocorrer em 2024, mas agora está marcado para junho deste ano. Destaque ainda para o leilão de energia nova A-5, previsto para julho, voltado a hidrelétricas de pequeno porte.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai ter um intenso calendário de leilões nos próximos meses, com a previsão de contratação de energia nova e existente, sistemas isolados e linhas de transmissão.
O ano de 2025 se inicia também com a expectativa para o inédito leilão de baterias e para o leilão de reserva de capacidade (LRCAP), que tinha previsão de ocorrer em 2024.
As diretrizes para o LRCAP foram divulgadas no dia 2 de janeiro de 2025.
Veja o cronograma de leilões previsto para o setor elétrico no próximo ano:
Leilões de energia existente
Os mais recentes leilões A-1, A-2 e A-3 ocorreram em 6 de dezembro de 2024. A expectativa é que o próximo certame ocorra no mesmo mês de 2025. Na edição anterior, a etapa A-3 não teve lances.
Esses certames são focados na contratação de energia elétrica de empreendimentos já construídos e em operação.
As regras do leilão anterior incluíram a participação no leilão permitida a qualquer fonte de geração. Em cada um dos certames, foram negociados contratos de energia no ambiente regulado, na modalidade quantidade.
Leilões de energia nova
A-5
O leilão de energia nova A-5 deve ocorrer em julho de 2025. As diretrizes foram publicadas em dezembro.
A competição é voltada às hidrelétricas de pequeno porte. As usinas permitidas no certame devem ter capacidade de 1 megawatt (MW) a 50 MW, o que inclui pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs).
O início do suprimento é em 1º de janeiro de 2030.
O prazo para cadastro de empreendimentos de geração junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vai até o dia 7 de fevereiro.
A-4 e A-6
MME pretende realizar os leilões de energia nova A-4 e A-6 em agosto de 2025.
No A-4, poderão participar novos empreendimentos de geração hidrelétrica de 50 megawatts, eólica, solar e termelétrica com custo variável unitário (CVU) nulo. O suprimento terá início em 2028.
Já no leilão de energia nova A-6 de 2024, há previsão de negociação das fontes eólica, solar fotovoltaica e termelétrica. Os empreendimentos devem fornecer eletricidade a partir de 2030.
Em maio, o MME abriu uma consulta pública sobre as diretrizes dos certames, quando ainda era esperado que os leilões ocorressem em dezembro de 2024, o que não se concretizou.
Leilão de Reserva de Capacidade
O próximo LRCAP foi marcado para 27 de junho, com previsão de contratação de térmicas a gás natural existentes já para a partir deste ano e usinas novas a partir de 2028. Poderão participar térmicas a gás e biocombustíveis, além de hidrelétricas.
Inicialmente, o certame estava previsto para agosto de 2024, mas a confirmação das diretrizes ocorreu apenas em janeiro de 2025.
A demora gerou preocupação. A contratação é importante para garantir oferta adicional de potência ao sistema elétrico nos próximos anos. A EPE estima déficits de potência a partir de 2027, com a necessidade adicional de 5,5 GW de potência no sistema em 2028.
Segundo a Wärtsilä, fornecedora de equipamentos para essas usinas, a expectativa é de que sejam contratados de 6 a 7 GW de termelétricas no próximo LRCAP, sendo a maior parte de projetos existentes que têm contratos chegando ao fim.
Há interesse do mercado na conversão de usinas a óleo, mais poluentes, para gás natural, de modo a reduzir emissões. Isso, no entanto, vai depender dos incentivos que as regras do leilão darão para esses investimentos.
Pela primeira vez usinas hidrelétricas poderão participar de um leilão de reserva.
Até o momento, o único leilão de potência realizado no país contratou apenas usinas termelétricas.
A primeira edição desse modelo de leilão foi realizada em 21 de dezembro de 2021. Na ocasião, foram contratados 4,6 GW de disponibilidade em usinas termelétricas, a um preço médio de R$ 824.553,83 por MW/ano. Foram 13 vencedores que disponibilizaram 17 usinas, com início do suprimento em 1º de julho de 2026.
Leilão de baterias
O MME anunciou, em setembro, a abertura da consulta pública para a realização do primeiro leilão de baterias de armazenamento.
Havia pressão por entidades e empresas do setor para que as baterias fossem incluídas no LRCAP, mas, conforme a agência eixos adiantou em julho, o leilão será específico para o armazenamento de energia.
As baterias podem ser importantes para aproveitar a geração das usinas fotovoltaicas e eólicas. Assim, a energia armazenada poderia suprir a rampa de carga que inicia no fim da tarde e início da noite.
Segundo estudos da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae), as baterias poderiam ser efetivas para períodos de quatro horas, com 50% de economia em relação ao despacho de termelétricas.
Leilões de sistemas isolados
O MME anunciou que o próximo leilão de sistemas isolados deve ocorrer em maio de 2025.
Estão previstos R$ 452 milhões em investimentos e, pela primeira vez, a participação das baterias de armazenamento.
Serão licitados três lotes, para 10 localidades da Amazônia Legal. O capacidade total é de 49 megawatts (MW).
Trata-se do primeiro leilão desde a criação do programa Energias da Amazônia. Inicialmente, havia a previsão de realização em dezembro de 2024, o que não ocorreu.
A intenção do governo federal é descarbonizar os sistemas isolados, ainda muito dependente da geração a diesel, o que impacta a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), custeada pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Entre 4 e 21 de junho, o MME abriu uma consulta pública para colher subsídios para as diretrizes do leilão.
Há mais uma edição do certame de sistemas isolados prevista para 2025, com especificações a serem definidas.
Leilão de transmissão
A portaria 85, publicada em 25 de setembro de 2024 pelo MME, prevê três leilões de transmissão até 2026.
O único certame de 2025 está marcado para outubro e deve incluir o lote que previa instalações no Rio Grande do Sul, mas que foi excluído do leilão realizado em outubro de 2024. O motivo para a decisão foi o risco climático, que passou a ser considerado após as enchentes no estado em maio.
As áreas técnicas do MME devem redesenhar o traçado das linhas para que seja possível licitá-las em 2025.
Para 2026, estão previstos leilões de transmissão em abril e em outubro.
Fonte: Eixos