Medidas do CMSE podem elevar escoamento do Nordeste em 1,5 GW: https://bit.ly/42eipzz
“Diretor de planejamento do ONS destaca solução de engenharia através dos Sistemas Especiais de Proteção para até 90 dias, enquanto validação do modelo de resposta das eólicas e solares ao SIN pouco avançou desde o apagão”.
Limp aprova novo modelo de preço, mas vê espaço para melhorias: https://bit.ly/4lB52kI
“Para VP da Eletrobrás, havia grande deslocamento entre o preço definido e a realidade operativa”
Anace critica foco em gás natural no LRCAP: https://bit.ly/3Rj3D4g
“Entidade roga que novas regras do certame diminuam pressão sobre consumidores e aponta que variação da carga líquida ao final do dia é reflexo dos desequilíbrios de um sistema elétrico que requer uma revisão geral e não apenas de ajustes pontuais”.”
Fonte: Canal Energia
FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DA VOLTS By CANALENERGIA – 154ª edição de 15/04/2025
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, “voltou a tocar na questão da reforma do setor elétrico, afirmando desta vez que a proposta bate à porta da Casa Civil ainda em abril. Quanto ao Leilão de Reserva de Capacidade na Forma de Potência (LRCAP), falou que o edital sai em 60 dias e garantiu que o certame acontece em 2025.
E a propósito dos percalços judiciais enfrentados, Silveira apontou um novo culpado. Partiu, inesperadamente, para cima da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Disse que as tarifas de transporte de gás são altas demais e que há um verdadeiro oligopólio nesse mercado. A agência respondeu, extraoficialmente, de maneira mais elegante. (...).
Em paralelo, mas ainda na área judicial, uma nova surpresa. Para ampliar ao máximo o suspense junto a uma audiência já pra lá de tensa, a novela da transferência da distribuidora Amazonas Energia para a Âmbar Energia ganhou mais uma temporada.” (...).
Alexandre Canazio
editor-chefe do Canal Energia
EXCLUSIVO
(...), “o setor elétrico enfrenta um alerta significativo. Tudo por causa do encerramento antecipado do período úmido de 2025. Chuvas irregulares e abaixo da média entre fevereiro e março frustraram as expectativas de recuperação dos reservatórios. A Climatempo prevê precipitações abaixo da média até agosto no Sudeste e em outras regiões. A previsão de temperaturas elevadas, além disso, pode acelerar o esvaziamento. A situação é mais crítica no Nordeste, com baixa afluência no Rio São Francisco. A consultoria Volt Robotics considera o período seco um dos mais desafiadores das últimas décadas.” (...).
ECONOMIA
“Para acalmar um pouco as expectativas que acabamos de criar, por causa das questões envolvendo o período seco, o ONS divulgou uma informação impressionante. É que na sequência de muitos meses de alta, detectou uma reversão de tendência na carga para abril. Após estimar elevação de 1,7% para o mês, aponta agora queda de 1,6% em comparação ao mesmo período de 2024. Boa notícia para os reservatórios, mas não tão boas para a economia do Brasil. O que não mudou e, desculpe, vamos ainda falar muito desse assunto, é o problema do curtailment. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) autorizou a adoção de medidas para aumentar o escoamento de geração renovável da região Nordeste. Objetivo é mitigar os impactos dos cortes na oferta. O diretor-Geral da Aneel, Sandoval Feitosa, a propósito desse tema, resgatou uma ideia diretamente do baú. Foi durante um evento, que ele disse que é necessário intensificar o sinal locacional no Nordeste. De acordo com Feitosa, o principal problema da região atualmente é a falta de demanda, o que joga as tarifas para baixo.
Não por acaso, o governo do Ceará está debatendo com o ONS e o MME uma solução urgente para que os projetos mais avançados de hidrogênio e data centers - coisa de 5 Gigawatts (GW) em consumo potencial - tenham garantia de acesso ao fornecimento de energia. Planejamento, planejamento, planejamento, diria aquele especialista. O ministério, por falar nisso, acaba de aprovar, via portaria, o Plano Decenal de Energia 2034. Sim aquele conjunto de cadernos que todo mundo já conhecia – de cor e salteado – desde o ano passado. Bom, a previsão é de que os investimentos totalizem R$ 3,2 trilhões, sendo que 80% desse valor serão dedicados à indústria do óleo e gás. Agora, no primeiro trimestre de 2025, para se ter uma ideia, a Aneel registrou uma ampliação de 1,7 GW na matriz elétrica. Advinha que ficou na lanterna? A geração hidrelétrica, claro, com meros 4,6 MW.
(...), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) aprovou, com unanimidade entre seus agentes, as demonstrações financeiras e contábeis referentes a 2024, além dos relatórios anuais. Nenhuma palavra, por enquanto, em relação à execução daquela polêmica reestruturação interna. E, devido ao grande sucesso de audiência – brincadeira! -, a juíza federal Jaíza Fraxe prorrogou por mais 90 dias o prazo para conclusão da transferência de controle da Amazonas Energia para a Âmbar, do Grupo J&F. Para terminar, aqui vai mais uma nota para a seção RH. Laura Porto, diretora da Neoenergia, foi eleita presidente do Conselho de Administração da ABEEólica para o período 2025/2027. Esta é a primeira vez que, em seus mais de 20 anos de existência, a associação tem duas mulheres à frente dos principais cargos da entidade.”
POLÍTICA
“Causou algum mal-estar em Brasília, um certo descompasso entre declarações no alto escalão do governo. Num evento no Rio de Janeiro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que há a possibilidade de o governo estender a gratuidade das tarifas de eletricidade a um universo maior de usuários. O tema estaria entre os itens em estudo na proposta de reestruturação do setor elétrico nacional. Os jornalistas, claro, foram checar essa informação, com quem cuida da chave do cofre da nação – pelo menos em teoria. Perguntado sobre o anúncio de Silveira, o ministro da Fazenda Fernando Haddad explicou que não existe nenhum estudo na Pasta ou na Casa Civil para a ampliar a tarifa social e aumentar o número de beneficiários com a isenção do pagamento da conta de luz. Se o recurso para isso não virá do Tesouro, é grande, portanto, a possibilidade de que os demais consumidores acabem bancando o benefício aos patrícios de baixa renda.”
Esperançosa, ainda que encruada
(...), “a reforma do marco legal do setor elétrico nacional ganha mais uma vida. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a falar no assunto. Foi no Rio de Janeiro, durante o Fórum de Líderes em Energia. A estimativa agora é de que o projeto seja encaminhado à Casa Civil da Presidência da República até o final de abril. De cara, ele deixou de orelha em pé os investidores em autoprodução. Ele taxou a modalidade de “oportunista” e a responsabilizou por parte dos ônus que vão parar na conta de luz dos consumidores cativos. Por isso, afirmou o ministro, a reforma terá como base justiça tarifária, liberdade para o consumidor e equilíbrio para o setor. Aí, a Frente Nacional de Consumidores de Energia sugeriu que o texto seja apresentado em consulta pública. Simplesmente porque esse procedimento permite a participação de diferentes segmentos, de forma a alcançar “uma reformulação verdadeira, ampla e irrestrita.” O modelo atual, justificou a Frente, tem mais de 20 anos e está todo remendado. Não acompanhou, enfim, as muitas mudanças ocorridas no cenário energético ao longo desse período. Do lado do Legislativo, os palpites não demoraram a chegar. O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania – SP) sugeriu que a reforma seja fatiada por temas, de maneira que os pontos mais caros ao setor possam ser logo aprovados. O deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) também considerou difícil a modernização de uma só vez, devido a diversidade de forças políticas e ao antagonismo entre elas. Já dá para perceber, portanto, que o debate será tudo, menos tranquilo.”
De volta à prancheta de trabalho
(...), “o Leilão de Reserva de Capacidade na Forma de Potência (LRCAP) ainda é o assunto “da hora” e vai permanecer em destaque até que se desenlace. Em meio ao furdunço que partes afetadas fizeram junto ao Judiciário, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que determinou a retomada imediata da discussão das regras, para garantir que o certame seja realizado ainda esse ano. Para tanto, ele pretende que o respectivo edital seja publicado em 60 dias, no máximo. O chefe da Pasta até descartou a possibilidade de um leilão emergencial de térmicas por atraso na contratação de potência. Sinal de alento é que a própria Eneva, uma das empresas que recorreu à Justiça, avalia que o prazo de 15 dias de Consulta Pública é considerado suficiente. A avaliação de técnicos do governo e do setor privado é de que o LRCAP precisa trazer racionalidade econômica, para que a contratação seja feita a um menor custo para o consumidor de energia elétrica. Isso deverá exigir uma revisão geral das regras. Até o subsecretário de Acompanhamento Econômico e Regulação na Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Gustavo Henrique Ferreira, admitiu que o cancelamento frustra a expectativa, mas é uma boa razão para reavaliar as regras. Do lado do ONS, ao menos, uma parte da lição de casa parece ter sido realizada. o diretor de Planejamento, Alexandre Zucarato, disse que o órgão concluiu os cálculos da margem de escoamento para realização da competição. O curioso de toda essa movimentação é que o Leilão de Armazenamento de Energia, já dado como praticamente fora do radar, deve ganhar edital em maio próximo, com possibilidade, portanto, de ser realizado ainda em 2025.”
Fonte: VOLTS By CANALENERGIA – 154ª edição de 15/04/2025