Empresas buscam mais flexibilidade para atender a demanda por fontes limpas
Há um consenso entre especialistas de que é necessário prover maior flexibilidade ao sistema elétrico brasileiro, mas um aumento da participação de térmicas fósseis para tanto traz questionamentos sobre as emissões de gases de efeito estufa. Por outro lado, a favor das térmicas está o argumento da segurança energética, visto que a energia produzida por elas pode ser despachada rapidamente, na medida da demanda.
Aneel recebe os pedidos de renovação de concessão de 19 distribuidoras
A Aneel anunciou que foram recebidos os pedidos de renovação de concessões de todas as 19 distribuidoras de energia elétrica que têm contratos de concessão com encerramento previsto entre 2025 e 2031. A agência tem 60 dias para analisar as solicitações e enviar ao Ministério de Minas e Energia (MME) a avaliação quanto ao cumprimento dos indicadores técnicos e econômico-financeiros. Nos novos contratos estão previstos investimentos em modernização, digitalização de redes, medição inteligente, resiliência de redes frente a eventos climáticos entre outras obrigações.
Liderança na produção de energia renovável torna o Brasil atrativo para investimento
De 2024 a 2034, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê investimentos de R$ 600 bilhões em transmissão e geração de energia no país, com destaque para fontes renováveis. A expansão rumo a uma transição energética equilibrada implicará superar obstáculos, como reduzir encargos e subsídios, oferecer flexibilidade, criar um sistema de precificação mais aderente à realidade da operação e aprimorar a governança setorial. Também ganha relevância o conceito de reserva de potência, espécie de folga para que o sistema possa atender rapidamente a variações de demanda.
Efetividade de fontes limpas de energia depende de transmissão
A expansão das fontes limpas de energia depende da infraestrutura de transmissão, em especial conectando o Nordeste – que tem 92,5% da capacidade de geração eólica e 57,5% da solar instaladas – ao Sul-Sudeste, que consomem quase 70% da eletricidade do país. O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034 prevê um investimento total de R$ 128 bilhões até 2034 e R$ 80 bilhões já foram contratados.
Projeções do ONS indicam afluências abaixo da média em todos os subsistemas
O boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) para a semana operativa até 4 de abril apresentou perspectivas de afluência abaixo da média em abril em todo o país, apesar de apresentarem ligeira melhora em relação à revisão anterior. O subsistema que registra a Energia Natural Afluente (ENA) mais alta é o Norte, com 84% da Média de Longo Termo (MLT). Na sequência, estão o Sudeste/Centro-Oeste, 67% da MLT; o Sul, 58% da MLT; e o Nordeste, 24% da MLT.
Mercado livre: consumidores economizam R$ 55 bilhões em 2024
O mercado livre de energia elétrica propiciou a seus consumidores R$ 55 bilhões de economia nos gastos com energia elétrica em 2024. A economia proporcionada pelo mercado livre de energia foi compilada no Economizômetro, calculadora digital da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), que mensura e oferece transparência para a economia gerada pela concorrência e pelo direito de escolher o fornecedor de energia elétrica. Considerando os valores atualizados economizados desde 2003, o mercado livre de energia já gerou ganhos acumulados superiores a R$ 476 bilhões aos consumidores que participam desse ambiente competitivo de contratação.
ACL movimenta R$ 193 bi e tem 43% de energia consumida no Brasil
O consumo médio no mercado livre de energia elétrica brasileiro atingiu 26.802 MW médios em 2024 e passou a representar 43% de toda a eletricidade consumida no país. Segundo a Abraceel, o segmento movimentou R$ 193 bilhões no ano. A migração de uma quantidade recorde de consumidores ajudou a impulsionar o movimento: em 2024, foram 25.966 novas unidades agregadas, atingindo a marca de 64.497 unidades consumidoras livres, crescimento de 67% em um ano.
Transição energética: CCEE e Instituto Totum celebram parceria para emissão de certificados
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) firmou uma parceria com o Instituto Totum, que passa a ter acesso à Plataforma Brasileira para Certificação de Energia Renovável. O contrato prevê a utilização da plataforma, que traz uma camada adicional de segurança para os certificados com uma tecnologia que permite a rastreabilidade e transparência das informações, promovendo o desenvolvimento dos RECs. A partir da parceria, o Instituto Totum incluirá o selo CCEE Origem em seus certificados emitidos, garantindo, assim, que usaram a plataforma para registro e acompanhamento da geração da eletricidade.
Tarifas de energia devem ter alta de 4,67% em 2025, projeto TR Soluções
As tarifas de energia elétrica para consumidores de baixa tensão devem ter alta de 4,67% em 2025, em média, calcula a TR Soluções. A empresa projeta que cerca de 90% do aumento é por causa de elevações da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd), sobretudo, devido à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e da tarifa Fio B. A maioria das distribuidoras deve ter uma variação tarifária entre uma queda de 3% e um aumento de 13% para os consumidores de baixa tensão. A variação máxima deve ser de 29%, e, a mínima, uma queda de 10%, segundo a empresa.
Aneel aprova tarifa definitiva de repasse de energia de Itaipu para 2025
A diretoria da Aneel estabeleceu de forma definitiva, na semana passada, a tarifa de repasse da energia produzida pela usina de Itaipu Binacional em US$ 17,66/kW mês. O valor é o mesmo aplicado em 2024 e decorre da alteração do Decreto nº 11.027/2022 pelo Decreto nº 12.390/2025, o que permitiu sanar o problema de insuficiência de recursos da Conta de Comercialização Itaipu e o consequente repasse, para a tarifa, do saldo negativo estimado da Conta de Comercialização no exercício de 2024 e do aumento tarifário projetado de 5,99% em dólares. A tarifa será aplicável aos faturamentos realizados de 1º de abril a 31 de dezembro de 2025.”
Fonte: Electra Clipping – Ed. 07/25 de 04/04/2025