- Comentários de AlexandreCanazio – editor-chefe do Canal Energia
“(...), “Tem projetomuito importante ainda rolando no Congresso Nacional – caso das eólicasoffshore. De parte do Executivo, então, a ansiedade do mercado está no topo.Todo mundo aguarda o anúncio das diretrizes para o leilão de reserva decapacidade.”
“Em termos demovimentação, aliás, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não ficaatrás. A prevalecer a íntegra da pauta de reunião pública desta terça-feira,dia 3, o clima pode esquentar de novo. A história envolve aquele processo doequilíbrio financeiro de algumas concessões de distribuição. Já teve empresaque recorreu ao Judiciário para se proteger.”
Nosso comentário:
Como renovar umContrato de Concessão de uma distribuidora em situação de desequilíbrioeconômico-financeiro? A condição de equilíbrio é fundamental para a prestaçãode um serviço com qualidade e continuidade. Para tanto lhe é dada uma tarifa,cuja receita deverá cobrir seus custos operacionais eficientes e remunerar oinvestimento prudente. A gestão de uma Concessionária de Serviço Público,portanto, deverá ser no melhor interesse da Concessão.
“(...) a história doacordo com a Argentina sobre as reservas de gás natural da região Vaca Muertacomeça a dar resultado? O Ministério de Minas e Energia (MME) comemorou acelebração de um primeiro contrato operacional de transporte. Foi firmado entrea estatal boliviana YPFB e as empresas TotalEnergies e Matrix Energy. Isso vaiviabilizar o início do fluxo de gás para o Brasil, através da infraestruturaboliviana.”
- Mercado Livre
(,,,) o mercado livrede energia no Brasil segue com otimismo em alta para 2025. Até outubro de 2024,cerca de 21 mil empresas migraram para o mercado livre. Foi um volume 183% maiorque o do ano anterior. A expectativa é de que o número chegue a 28.360migrações até o final do ano.”
- Estatais
“(...) a companhia(Eletrobras) em sua atual encarnação “Corporation”, continua botando a mão nobolso, (...). Vai bancar o processo de modernização da hidrelétrica Tucuruí,usina com idade pós-balzaquiana, que cumula quatro décadas de bons serviçosprestados ao setor elétrico nacional. Atualizar tudo vai custar R$ 1,25 bilhão.A paranaense Copel, por seu lado, em novo “garage sale”, desapegou de 13usininhas de uma vez (118,7 MW). A feliz compradora foi a ElectraHydra/intrepid, que pagou R$ 450,5 milhões pelo lote. Enquanto isso a Celesc,de Santa Catarina, aposta em transição energética. Junto com o Governo doEstado anunciou um projeto de expansão do corredor elétrico local, mirando ameta de atingir 100 municípios com eletropostos.”
- Renovação doscontratos de concessão de distribuição
“Segundo a agênciareguladora, algumas companhias de distribuição vão, muito provavelmente,precisar aportar uma grana pesada para reequilibrar a situação financeira desuas respectivas concessões. Essa possibilidade causou arrepios nos executivos dosetor. É que tais valores são contabilizados na base dos bilhões de reais. Diantedessa iminente cobrança de “pênalti”, mais do que depressa, a Light recorreu aoVAR. Melhor dizendo, bateu na porta da justiça do Rio de Janeiro. E deu certo,pelo menos por enquanto. Saiu de lá com uma decisão favorável à suspensão deexigência de aportes de capital demandados pela Aneel. A Light ainda estámergulhada numa complexa e trabalhosa fase tipo “freio de arrumação”.
Nosso comentário:
A Light é uma exceção, saindode uma recuperação judicial.
- Liberação de bônus daItaipu Binacional
“A Aneel aprovou aliberação de R$ 1,3 bilhão do bônus da Itaipu Binacional para aliviar as contasde luz! Só que é assim, o abatimento não vai rolar já em dezembro. Ficou parajaneiro 2025. Sim, o Ministério de Minas e Energia (MME) havia pedido aliberação imediata. Mas os diretores da agência reguladora pensaram, pensaram echegaram à conclusão que, se esse volume de grana fosse aplicado de uma só vezem dezembro, acabaria causando impacto sobre a inflação de 2024 e ainda em cimada dinâmica de gastos do governo sob as regras do arcabouço fiscal.”
- “Lifting” na usinanuclear Angra 1
“(...) o TCU, cada vezmais vigilante em assuntos que envolvem o setor de energia – mandou um avisomuito preocupante. O Tribunal apontou risco iminente de que o projeto deexpansão de vida útil acabe não alcançando seus objetivos. Tudo por causa deuma baixa disponibilidade de recursos financeiros para tocar a empreitada. Etem mais. Haveria também incapacidade de estruturação de contragarantias parafins de obtenção de financiamentos no curto prazo. Isso porque, veja só, osrecebíveis de venda de energia estão comprometidos com o financiamento de Angra3. Além de tudo há resistência dos atuais acionistas em comparecer comoavalistas junto aos financiadores.”,
- Carros híbridos e Usinashíbridas
“No setor de energia jáhá carros híbridos e usinas híbridas. Para quem não está bem familiarizado,são, basicamente, resultados de combinações de tecnologias. E eis que oconceito deve chegar agora ao ambiente de contratação livre. Como? Em vez de ummecanismo de “oferta e procura” a precificação da energia hoje no Brasil édeterminada por modelos computacionais. Entram nesse procedimento uma série dedados que dão origem aos valores que servem de referência para negociaçõesdiárias envolvendo muitos milhões de reais. Há muito, contudo, que os agentesreclamam desse sistema. Entendem que ele não espelha a realidade do mercado.Por isso, um estudo da CCEE em parceria com a PSR, olho que tudo vê, põe asfichas na criação de um formato híbrido. Seria uma junção entre os modelosconhecidos como “Por Custo”, em que a operação é mais centralizada, e “PorOferta”, em que os agentes têm participação mais ativa.”
Fonte: 140ª EDIÇÃO, DAVOLTS BY CANALENERGIA – 03/12/2024