Com o início da pandemia da COVID-19 surgiu a
necessidade de muitas empresas alocarem seus colaboradores em home office, com
o objetivo de manter as atividades, porém preservando a saúde dos
profissionais. Entretanto, pergunta-se muito se quando a vacinação predominar,
os colaboradores se sentirão seguros para retornar ao ambiente empresarial
novamente. Será uma tendência as empresas descartarem o trabalho remoto e
retornarem aos métodos tradicionais?
Ao que parece, não é esse o futuro imaginado
por especialistas que estudam tendências profissionais. Pesquisas indicam que o
local de trabalho, como conhecíamos, não existirá mais na maioria das empresas.
Não apenas porque os colaborares não sentem segurança, mas também porque a
pandemia desafiou o pensamento convencional sobre as rotinas de trabalho.
Uma das pesquisas foi divulgada pela
consultoria de recrutamento Robert Half, que mostra que para 95% dos executivos
entrevistados, o rodízio entre home office e escritório, visto como trabalho
híbrido, é visto como permanente no cenário dos empregos daqui para a frente. A
pesquisa também mostrou que, em comparação ao período anterior à COVID-19,
houve um crescimento significativo na quantidade de empresas que oferecem opção
de trabalho remoto. De abril a dezembro de 2020, 80% das vagas gerenciadas pela
Robert Half procuraram posições 75% a 100% em home office. Em 2019, apenas 5%
das vagas gerenciadas por eles atendia essa característica.
Agora o desafio para os líderes empresariais é
criar um mundo de trabalho que manterá os colaboradores produtivos. Trabalhar remotamente tem tradicionalmente
uma má reputação, isso porque muitos empregadores acreditavam que sua equipe de
trabalho seria facilmente distraída em casa, onde seus gerentes não podiam
ficar de olho em seus subordinados diretos. O trabalho remoto era muito raro há
uma década. Normalmente, trabalhar em casa só estava disponível como um arranjo
especial para acomodar famílias em casos específicos, mas o uso da tecnologia
de teletrabalho avançou a ponto de algumas empresas prosperarem com equipes
totalmente remotas.
A
pandemia também mostrou que o trabalho remoto pode ajudar a prevenir a
propagação de doenças, ajudando as empresas a evitar a perda de produtividade e
protegendo a saúde pública. Na verdade, não era incomum que as empresas permitissem
que seus funcionários trabalhem em casa uma ou duas vezes por semana, mas hoje cada
vez mais empresas estão adotando políticas de trabalho integral em home office.
Uma das tecnologias mais úteis e utilizados para trabalho remoto é a
videoconferência. As reuniões em vídeo ajudam os funcionários que estão fora do
escritório a ver e falar uns com os outros em tempo real e de qualquer lugar. Essa
tecnologia avançou tão rapidamente que muitas empresas até mesmo eliminaram os
escritórios tradicionais e, em vez disso, administraram seus negócios a partir
de espaços de coworking para acomodar sua força de trabalho amplamente remota.
Mas há
um longo caminho pela frente, mesmo com a pandemia muitas empresas ainda têm
resistido a essa tendência de trabalho por vários motivos. Alguns líderes ainda
temem a falta de comprometimento e produtividade de seus funcionários, enquanto
outros não investiram em tecnologia para oferecer suporte a colaboradores
remotos. Porém, estudos prevêem que o software de trabalho remoto, como
ferramentas de trabalho móveis e conferências de realidade virtual, se tornarão
a forma preferida de comunicação. Provavelmente, a IA também desempenhará um
papel importante no gerenciamento de equipe remota. Esses avanços tendem a
deixar as empresas mais à vontade. A transição para o gerenciamento de uma
força de trabalho remota pode ser assustadora, mas com a tecnologia certa e
funcionários dedicados, pode ser um processo contínuo e benéfico. Em vez de
resistir à mudança, as organizações tenderão a procurar soluções para melhorar
suas políticas e recursos de trabalho remoto.
Isso porque, segundo Robert Half, “as
mudanças globais em relação ao trabalho remoto e híbrido, assim como a geração
de receita advinda do comércio eletrônico, estão influenciando as prioridades
de contratação no Brasil. A adoção de processos operacionais e de planejamento
mais orientados por dados, em conjunto com estratégias transformadoras de
aceleração do rastreamento de talentos, projetadas para construir forças de
trabalhos mais resilientes, flexíveis e ágeis, seguem sendo imperativos para
navegarmos rumo ao fim da pandemia”.
Muitos fatores ainda em ascensão
contribuem para moldar o futuro do trabalho remoto, mas ao invés de resistir às
mudanças, é aconselhável que as organizações procurem melhorar suas políticas e
recursos, identificando os melhores momentos para realização das atividades,
definindo novas rotinas de trabalho que ajudarão a manter os resultados e até
mesmo criando indicadores-chave de desempenho, para acompanhar as expectativas
e resultados dos colaboradores.
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